quinta-feira, 5 de setembro de 2013

De volta à diretoria, Adalberto dispara: ‘Ceni se colocou acima do São Paulo’

Ex-diretor de futebol vai prestar auxílio ao presidente Juvenal Juvêncio e mantém opinião de que capitão se equivocou ao criticar a estrutura do clube após derrota para rival

 Adalberto Baptista - São Paulo (Foto: Tom Dib/ LANCE!Press)
Adalberto Baptista passou a maioria dos dias do último mês no escritório em que administra seus negócios, na Avenida Faria Lima, um dos centros comerciais mais luxuosos e famosos da capital paulista. O tempo serviu para o dirigente sair de cena, repensar atitudes e manter convicções, mesmo as mais polêmicas. Como as que culminaram em sua tumultuada saída do São Paulo, marcada pelo entrevero com Rogério Ceni, o maior ídolo tricolor.
De volta à diretoria do clube após o que classificou como uma “convocação” do presidente Juvenal Juvêncio, Adalberto não se arrepende de nenhuma decisão tomada quando era diretor de futebol, inclusive das críticas contra o capitão. O bate-boca foi público e começou após o Tricolor perder o título da Recopa para o rival Corinthians, quando Ceni declarou que o São Paulo parou no tempo. Adalberto rebateu no mesmo tom. Disse que Ceni estava com dificuldade em repor a bola. Saiu dias depois. Mas manteve a posição, que foi rebatida novamente pelo goleiro dias depois.
– Ninguém é maior do que o São Paulo e naquele momento o Ceni se colocou acima da instituição – disparou, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, no escritório que será “substituído” nos próximos dias por uma sala no Morumbi, onde ficará ao lado de Juvenal, como diretor secretário-geral.
Adalberto entregou o cargo há pouco mais de um mês e o estopim foi a troca de farpas com Ceni. O dirigente se defende das críticas pelas suas declarações alegando que o próprio Mito falava no CT sobre sua dificuldade em bater na bola por conta de um problema físico. Na ocasião, Adalberto também citou a proximidade do fim da carreira do capitão.
- A pressão estava insuportável. Teve as declarações dele, que não me agradaram. Defendi a instituição, que foi agredida injustamente. O São Paulo oferece as melhores condições. Com isso, você acaba atacando e falei coisas das quais não me arrependo. É o que eu acho e achava na época. Até porque o Ceni falava aos quatro cantos que tinha essa lesão, é assunto ultrapassado – declarou o dirigente, que garantiu que Ceni falava sobre uma suposta lesão no CT.
- Ele dizia e via que a reposição estava prejudicada. Não acho que fiz o certo em atacá-lo, porque isso só piora. Mas ele estava se colocando acima da instituição e tinha de ser repreendido. Naquele momento, o Ceni se colocou acima do São Paulo ao atribuir uma derrota esperada, entre dois clubes grandes, normal. Não foi justo atribuir a derrota ao antecessor e ao trabalho do São Paulo – analisou Adalberto.
O homem de confiança de Juvenal Juvêncio também disse que estava ciente do que enfrentaria quando decidiu criticar o goleiro publicamente.
- Natural, pela indisposição com um ídolo, que é ídolo de todos, meu. Tenho um quadro dele na sala da minha casa, minha família o idolatra. Eu estava como gestor e tomei a decisão com convicção. Mas eu sabia que estava me colocando contra 17 milhões que o idolatram, passionais – afirmou, deixando no ar que pode ter faltado habilidade para contornar o assunto.
- Talvez tenha faltado, não sou dono da verdade. Mas prefiro ser ativo com erros, do que omisso, e eu estava como gestor e precisava agir – finalizou Adalberto.

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